Nesta quinta-feira, 26/3, a Polícia Federal iniciou a Operação Zelotes, que investiga crimes de corrupção, lavagem de dinheiro, advocacia administrativa, tráfico de influência e associação criminosa no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), uma espécie de tribunal da Receita Federal. A PF acredita que os desvios investigados na Operação Zelotes podem superar os valores da Operação Lava Jato, que foi cerca de R$ 10 bilhões.
Há
suspeitas que os valores ultrapassem os R$ 19 bilhões, referentes a 70
processos investigados. Até agora já foram apurados desvios de R$ 5,7
bilhões. Nas operações de busca realizadas durante a manhã em Brasília,
São Paulo e Ceará, já foram apreendidos R$ 1 milhão em dinheiro vivo e
carros de luxo.O termo ‘Zelotes’ foi escolhido para descrever falso zelo
ou cuidado fingido.
Foram
cumpridos mandados em dois gabinetes na sede do Carf, em Brasília. As
investigações apontam para o suposto envolvimento do atual conselheiro
Paulo Roberto Cortez e do ex-presidente do Carf em 2005, Edison Pereira
Rodrigues. A PF cumpriu mandados de busca e apreensão em endereços dos
dois.
O Carf
é um colegiado formado por funcionários do Ministério da Fazenda e
representantes da sociedade, cuja função é julgar recursos em que
contribuintes questionam a cobrança de tributos, multas e juros.
Segundo
informações, a organização atuava no órgão patrocinando interesses
privados, buscando influenciar e corromper conselheiros com o objetivo
de conseguir a anulação ou diminuir os valores dos autos de infração e
da Receita, resultando em milhões de reais economizados pelas empresas
autuadas em detrimento do erário da União. Servidores repassavam
informações privilegiadas para escritórios de assessoria, consultoria ou
advocacia em Brasília, São Paulo e outras localidades para que
realizassem captação de clientes e oferecessem facilidades no Carf.
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