Padre Cleonor |
ANTECEDENTES.
No início da segunda metade do século XIX os povoados de Paracuru e Trairi já se movimentavam, cada qual, pela criação de uma Freguesia ( Paróquia). Paracuru tomou a frente com a doação de um patrimônio de terras feita pelo Padre João Francisco Nepomuceno Rocha; condição que na época era uma exigência do Bispado de Fortaleza, para a criação de Freguesias. Na sequência o Padre João Rocha, com seus próprios recursos construiu a Capela e, finalmente, em 1.862, pela Lei nº 1020 de 14 de Novembro do mesmo ano, foi criada a Freguesia de Nossa Senhora dos Remédios, com sede na povoação de Parazinho. O Padre João Francisco Nepomuceno Rocha foi seu primeiro vigário.
TRAIRI.
Com a instalação da Paróquia de Nossa Senhora dos Remédios, em Paracuru, os habitantes de Trairi ficaram enciumados, pois eram detentores de condições mais amplas, com maior número de fiéis. Portanto, julgavam ser merecedores desse privilégio.
Já em 1.857, cinco anos antes da criação da Freguesia de Nossa Senhora dos Remédios, em Paracuru, D. Maria Mendonça Furtado, brasileira, solteira, residente em Campo Grande, (território do então Paracuru), possuidora de vastos cabedais e com familiares residindo em Trairi, visando favorecer a implantação da Paróquia, comprou com seus próprios recursos, uma légua quadrada de terras e doou à Capela de Trairi como patrimônio.
O ato de transmissão da doação de D. Maria Mendonça Furtado ocorreu no dia 10 de Janeiro de 1.857 e foi assinado por seu procurador coronel Antônio Barroso de Sousa. O acontecimento está registrado sob o nº 414, folha 81 do Livro de Registro de Terras da cidade de Fortaleza, ainda conservado no Arquivo Público.
Assim, após mais de duas décadas de movimentos do povo de Trairi, a Lei nº 1604 de 14 de Agosto de 1874, transferiu a sede do Município de Paracuru para Trairi com o nome de Vila de Nossa Senhora do Livramento. A mesma Lei determinou a criação da Paróquia. O Padre José da Silva Carvalho foi seu primeiro vigário, no período de 1.874 a 1.878.
A Prefeitura Municipal de Trairi, através do Decreto Lei de nº 098/2010, tornou o Prédio da Igreja de Nossa Senhora do Livramento, no Distrito Sede, BEM CULTURAL DE INTERESSE HISTÓRICO E ARQUITETÔNICO. A medida tomada pela administração municipal visa salvaguardar a construção bicentenária de ações que prejudiquem sua integridade na ambiência em que se encontra, além de preservar o seu valor cultural, histórico e paisagístico.
Com isso, a partir de 07 de junho, data de publicação do Decreto, quaisquer intervenções físicas a serem realizadas no prédio e/ou na área do entorno, deverão ser previamente aprovadas pelo Conselho Municipal de Cultura do Município de Trairi.
Histórico da Construção da Igreja segundo a historiadora Maria Pia Sales
As origens da devoção do povo de Trairi por Nossa Senhora do Livramento, de acordo com o que vem sendo passado pelas sucessivas gerações, desde os fundadores da cidade, dão conta de que na segunda metade do século XVIII, uma rica senhora portuguesa chamada Maria Furtado, viajava em alto mar a bordo de um navio que conduzia uma carga bastante valiosa. Na oportunidade aconteceu um grande temporal, que fez com que toda carga tenha sido jogada no mar, para que a embarcação não afundasse. Embora não tenha afundado, a estrutura do navio ficou bastante danificada e foi aí que Dona Maria Furtado fez a promessa a Nossa Senhora do Livramento, de que no lugar onde ela e sua tripulação ancorassem, com vida, mandaria construir uma igreja, para a qual traria posteriormente uma imagem de Nossa Senhora do Livramento, assim como se esforçaria para difundir e propagar a devoção para com a santa.
A portuguesa teria ancorado na praia localizada entre Guajiru e Flecheiras, e a partir daí começou a andar pelos morros buscando uma forma de pagar sua promessa. Depois de muito procurar, ela encontrou um humilde pescador que lhe informou que morava em um povoado que ficava às margens do rio Trairi. Lá chegando, a senhora portuguesa entregou a um fazendeiro uma quantia em dinheiro para que fosse construída a igreja, e comprometeu-se a retornar posteriormente, trazendo a imagem de Nossa Senhora do Livramento. E assim aconteceu. A igreja foi construída e passados alguns meses Dona Maria Furtado chegava ao Trairi trazendo a imagem de Nossa Senhora do Livramento. O dinheiro deixado pela portuguesa foi suficiente para construir a igreja e comprar uma fazenda de gado, cujos lucros eram investidos na paróquia, que foi transferida de Paracuru para Trairi em 1874, sendo o seu primeiro vigário o padre Francisco José Silva Carvalho (Nesse tempo, o nome da cidade era Nossa Senhora do Livramento). E assim, de geração em geração, a devoção à Nossa Senhora do Livramento foi crescendo, e hoje se constitui numa das características mais próprias e legítimas que marcam a história do povo trairiense. As novenas da padroeira acontecem no mês de dezembro, oportunidade na qual um grande número de devotos comparece à cidade para dar o seu testemunho de fé e devoção.
Gostaria de saber quem é a pessoa responsável pela paróquia de Trairi que pode resolver na parte que envolve terreno da paróquia. Ivo moro em Fortaleza meu telefone 85 987598128.
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