A seca está devastando os
cajueiros no Piauí. Apesar de ser considerada uma planta resistente. A estiagem
foi tão grave que os cajueiros sofreram com escassez de água e isso reflete na
área plantada de caju que vem caindo deste 2009. Em cinco anos, a área plantada
de caju no Piauí reduziu quase a metade. O número reduziu de 201 mil hectares
para 105 mil. Por conta da estiagem, o cajueiro seco está virando lenha.
De acordo agrônomo José Lopes, o
Piauí levará 20 anos para que a reconstrução dos pomares retorne. O replantio
das mudas de plantas já reiniciou com recursos do Ministério da integração
Nacional que distribuiu 600 mudas na região de Picos.
“Esta distribuição está dando um
novo ânimo aos produtores e eles estão sempre pedindo mais mudas”, disse Aurino
Nunes, presidente da Câmara Setorial do Caju no Piauí.
Apesar da estiagem, os produtores acreditam que o
pior já passou porque a safra de castanha estimada para este ano é de 35 mil
toneladas quase três vezes mais se comparado com a safra do ano passado.
Na propriedade do senhor Leontino
Nascimento são 80 hectares de caju. A safra já está no fim e ele colheu um mil
caixas. Segundo ele, a colheita deste ano foi o dobro da feita no ano passado.
A produção cresce, mas ainda é suficiente para abastecer as indústrias de suco
e castanha, pois elas estão comprando caju em outros estados.
O cajueiro (Anacardium
occidentale L.) é uma planta tropical, originária do Brasil, dispersa em
quase todo o seu território. A Região Nordeste, com uma área plantada superior
a 650 mil hectares, responde por mais de 95% da produção nacional, sendo os
estados do Ceará, Piauí, Rio Grande do Norte e Bahia os principais produtores.
No Brasil, a produção de amêndoa
de castanha de caju destina-se, tradicionalmente, ao mercado externo, gerando,
em média, divisas da ordem de 150 milhões de dólares anuais. Os Estados Unidos
e o Canadá são os principais mercados consumidores da amêndoa brasileira, sendo
responsáveis por cerca de 85% das importações. O agronegócio do caju no mundo
movimenta cerca de 2,4 bilhões de dólares por ano.
A importância social do caju no
Brasil traduz-se pelo número de empregos diretos que gera, dos quais 35 mil no
campo e 15 mil na indústria, além de 250 mil empregos indiretos nos dois
segmentos. Para o Semi-Árido nordestino, a importância é ainda maior, pois os
empregos do campo são gerados na entressafra das culturas tradicionais como
milho, feijão e algodão, reduzindo, assim, o êxodo rural.
Além do aspecto econômico, os
produtos derivados do caju apresentam elevada importância alimentar. O caju
contém cerca de 156 mg a 387 mg de vitamina C, 14,70 mg de cálcio, 32,55 mg de
fósforo e 0,575 mg de ferro por 100 ml de suco.
Apesar da importância
socioeconômica, a cajucultura nordestina vem atravessando um período crítico,
motivado pelos constantes decréscimos de produtividade, causado pelo modelo
exploratório extrativista, tipo reflorestamento. A heterogeneidade dos plantios
comerciais existentes e a não adoção de uma tecnologia agronômica orientadora
mínima vêm comprometendo todo o processo de produção, com produtividade muito
baixa, em torno de 220 kg/ha. Com o advento do cajueiro anão-precoce e da
irrigação localizada, esta realidade começa a mudar. Com os pomares recebendo
tratamento, é possível obter produtividade superior a 3.000 kg de castanha por
hectare, dado à moderna fruticultura, possibilitando o aproveitamento de até
50% do caju de mesa (pedúnculo para consumo in natura), cujo
mercado está se consolidando na Região Sudeste do país.
Em vista do exposto, neste
sistema de produção são apresentadas recomendações técnicas para a exploração
econômica do cajueiro nos diferentes ecossistemas do Brasil.
Nenhum comentário:
Postar um comentário