segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Por conta da estiagem, plantação de caju reduziu no últimos anos



A seca está devastando os cajueiros no Piauí. Apesar de ser considerada uma planta resistente. A estiagem foi tão grave que os cajueiros sofreram com escassez de água e isso reflete na área plantada de caju que vem caindo deste 2009. Em cinco anos, a área plantada de caju no Piauí reduziu quase a metade. O número reduziu de 201 mil hectares para 105 mil. Por conta da estiagem, o cajueiro seco está virando lenha.
De acordo agrônomo José Lopes, o Piauí levará 20 anos para que a reconstrução dos pomares retorne. O replantio das mudas de plantas já reiniciou com recursos do Ministério da integração Nacional que distribuiu 600 mudas na região de Picos.
“Esta distribuição está dando um novo ânimo aos produtores e eles estão sempre pedindo mais mudas”, disse Aurino Nunes, presidente da Câmara Setorial do Caju no Piauí.
Apesar da estiagem, os produtores acreditam que o pior já passou porque a safra de castanha estimada para este ano é de 35 mil toneladas quase três vezes mais se comparado com a safra do ano passado.
Na propriedade do senhor Leontino Nascimento são 80 hectares de caju. A safra já está no fim e ele colheu um mil caixas. Segundo ele, a colheita deste ano foi o dobro da feita no ano passado. A produção cresce, mas ainda é suficiente para abastecer as indústrias de suco e castanha, pois elas estão comprando caju em outros estados.
O cajueiro (Anacardium occidentale L.) é uma planta tropical, originária do Brasil, dispersa em quase todo o seu território. A Região Nordeste, com uma área plantada superior a 650 mil hectares, responde por mais de 95% da produção nacional, sendo os estados do Ceará, Piauí, Rio Grande do Norte e Bahia os principais produtores.
No Brasil, a produção de amêndoa de castanha de caju destina-se, tradicionalmente, ao mercado externo, gerando, em média, divisas da ordem de 150 milhões de dólares anuais. Os Estados Unidos e o Canadá são os principais mercados consumidores da amêndoa brasileira, sendo responsáveis por cerca de 85% das importações. O agronegócio do caju no mundo movimenta cerca de 2,4 bilhões de dólares por ano.
A importância social do caju no Brasil traduz-se pelo número de empregos diretos que gera, dos quais 35 mil no campo e 15 mil na indústria, além de 250 mil empregos indiretos nos dois segmentos. Para o Semi-Árido nordestino, a importância é ainda maior, pois os empregos do campo são gerados na entressafra das culturas tradicionais como milho, feijão e algodão, reduzindo, assim, o êxodo rural.
Além do aspecto econômico, os produtos derivados do caju apresentam elevada importância alimentar. O caju contém cerca de 156 mg a 387 mg de vitamina C, 14,70 mg de cálcio, 32,55 mg de fósforo e 0,575 mg de ferro por 100 ml de suco.
Apesar da importância socioeconômica, a cajucultura nordestina vem atravessando um período crítico, motivado pelos constantes decréscimos de produtividade, causado pelo modelo exploratório extrativista, tipo reflorestamento. A heterogeneidade dos plantios comerciais existentes e a não adoção de uma tecnologia agronômica orientadora mínima vêm comprometendo todo o processo de produção, com produtividade muito baixa, em torno de 220 kg/ha. Com o advento do cajueiro anão-precoce e da irrigação localizada, esta realidade começa a mudar. Com os pomares recebendo tratamento, é possível obter produtividade superior a 3.000 kg de castanha por hectare, dado à moderna fruticultura, possibilitando o aproveitamento de até 50% do caju de mesa (pedúnculo para consumo in natura), cujo mercado está se consolidando na Região Sudeste do país.
Em vista do exposto, neste sistema de produção são apresentadas recomendações técnicas para a exploração econômica do cajueiro nos diferentes ecossistemas do Brasil.

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