quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Deixando as câmeras enormes de lado: por que migrei para mirrorless”



Em 2012 já tinha gente falando que as câmeras grandonas, chamadas de DSLR, logo seriam substituídas. A nova geração de câmeras seria uma geração compacta: com a qualidade da tecnologia mais modernas e com a portabilidade das antigas câmeras 35mm.
E essa nova geração já estava chegando: as chamadas mirrorless. Mirrorless quer dizer, literalmente, “sem espelho”. Veja abaixo a diferença entre uma câmera DSLR e uma mirrorless, e onde fica esse tal espelho.
espelho
Meu desenho não tá lá muito preciso, mas veja que a grande diferença de tamanho entre uma câmera DSLR e uma mirrorless existe justamente por causa deste espelho. Ele reflete a luz para um pentaprisma, que reflete para o visor, para que desta forma seja possível ver o que estamos fotografando. Se tiramos tudo isso, o esquema fica muito, mas muito mais simples.
(Aí a única forma de ver o que estamos fotografando é do mesmo jeito que acontece com celulares e câmeras compactas: pela tela LCD, e isso só foi possível a partir do momento que descobriram como fazer isso sem ferrar com o sensor, a parte mais importante da câmera.)
Achei bastante interessante! Imagina só uma câmera que além de ter uma qualidade bacana e controles avançados, é ao mesmo tempo leve e portátil?
É claro que desde que entrei no mundo da fotografia aprendi que quanto maior seu equipamento, mais profissional você parece. Mas logo percebi que as lentes grandonas, o parasol, o grip e outros acessórios não valiam o peso que aumentavam nos meus ombros. Ano passado escrevi um post falando sobre isso, listando alguns dos meus equipamentos da época.
Desde 2012 eu estava de olho nessas tais mirrorless. Mas meu plano era trocar de equipamento somente a partir de 2014, quando minha câmera seria oficialmente descontinuada. Além disso, não sou muito do tipo early adopter: não sou a primeira da turma a comprar as novidades. Gosto de esperar o negócio pegar jeito. E as mirrorless ainda tinham alguns pontos para melhorar – inclusive o preço.
Depois de 2 anos ponderando a mudança, chegou o momento! Este ano, em julho de 2014, migrei para uma Fujifilm X-T1.
mirrorless-claudia-regina
Cabe na palma da mão, eba!
(Como escolhi o modelo? Simples: um amigo tinha essa e elogiou bastante, então eu comprei uma igual.)
Algumas pessoas já indagaram como foi a mudança e a adaptação pro novo sistema. Se você tem as mesmas dúvidas, vamos comigo:

Pra começar

Comprei a Fujifilm X-T1 e mais duas lentes: a 10-24mm f/4 e a 35mm f/1.4. Comprei na Daleprostore e o atendimento do David foi muito bom (não estou ganhando nada para indicar.) Logo que ela chegou já providenciei o seguro na Ação Absoluta Corretora (já falei dela aqui no blog e agradeço ao André pela parceria.)
Não entende desse negócio de lentes? Clique aqui e saiba o que são esses números e letrinhas.
Essas duas lentes são equivalentes às duas que eu já usava no meu sistema Canon (uma zoom grande angular e uma 35mm f/1.4). Mantive exatamente as duas lentes porque eu já estava contente com elas. Faço basicamente dois tipos de fotos: retratos e algumas fotos de viagens, e as duas resolvem bem para esse meu caso.

As diferenças

Tamanho e peso

Bom, a primeira diferença é a mais notável: eita câmera pequenina e leve! Ela ainda é maior do que um celular ou do que uma compacta básica, é verdade, mas já é um alívio danado. A minha lente 35mm da Canon pesava mais de meio quilo (600 gramas), e a 35mm da Fuji pesa menos da metade disso (187 gramas)!
Esses dois pontos foram decisivos pra mim.
1. O fato de ser pequena. Pois fotografo pessoas e acho muito chato apontar uma câmera que parece uma arma para a cara delas.
2. O fato de ser leve. O pescoço agradece.
(Durante o ano de 2014 viajei bastante e, como só levo mala de mão, ter um equipamento pequeno e leve ajuda muito também!)
Já me perguntaram se não é difícil de segurar a câmera, por ela ser tão pequena. Como tenho uma mão pequena também, consigo segurá-la tranquilamente e isso não foi um problema.

Visor ótico X Visor eletrônico

A segunda diferença é que as câmeras mirrorless, por definição, não possuem o visor ótico. Algumas mirrorless não possuem nenhum visor. O modelo que comprei tem um, mas o que vemos nele é o mesmo que aparece no LCD. É o que chamamos de visor eletrônico. Já fazia bastante tempo que eu não usava o visor na minha Canon, pois prefiro fotografar usando o LCD (tanto para não me esconder atrás da câmera ao fotografar pessoas e poder olhar no olho delas, quanto para usar o foco manual.) Por esta razão, este ponto não fez muita diferença para mim.
Ainda assim, o visor eletrônico da Fujifilm é muito bom, e arrisco dizer que é muito mais bacana que um visor ótico. Por exemplo: eu fotografo em preto e branco direto na câmera, e o visor eletrônico também fica preto e branco :-)
Uso a configuração de preto e branco na própria câmera, assim vejo pelo LCD (e agora também pelo visor) a foto em preto e branco, além do resultado na visualização da câmera também em preto e branco. Mas como fotografo em RAW, ao baixar as fotos no computador, tenho a opção de vê-la colorida, como estaria originalmente.

Foco by wire

O interessante deste conjunto da Fujifilm é que ele tem uma carinha de mecânico mas é todo todo eletrônico. Você gira um botãozinho em cima para definir o tempo de exposição ou o ISO, e a mudança é eletrônica. Essa parte parece óbvia, e já era assim no caso da minha DSLR, que tinha botões eletrônicos também (claro). Mas precisei me adaptar um pouco em um caso específico: o foco manual. Me acostumei a usar o foco manual e, nas lentes da Canon, o anel de foco na lente era mecânico. Ou seja: o anel de foco era ligado diretamente ao mecanismo das lentes dentro da objetiva que fazia o foco. No caso da Fuji, o foco é “by wire“: ao girar o anel da lente é enviado um sinal eletrônico para a câmera que manda o sinal eletrônico para a lente mexer as lentes dentro da objetiva. É rápido, mas não dá pra “sentir” tão bem quanto com o sistema mecânico. Demorei um pouquinho, mas me acostumei com o novo jeito de focar manualmente.
Na verdade, focar manualmente ficou mais fácil, pois usando o LCD ou o visor é possível ter vários assistentes de foco (como uma simples aproximação da área de foco ou um pico de cor onde está o foco.)

A Fuji mandou bem nesta câmera

A coisa mais linda desta câmera é que ela é bem simples. Embora pareça confusa numa primeira olhada, na verdade ela possui pouquíssimas opções. Só o mínimo necessário mesmo. São botões e dials diretos para as configurações mais importantes (abertura, tempo de exposição, compensação, ISO, modo de fotometria e modo de disparo) e poucos botões além disso. O menu é enxuto. Dá pra ver que é uma câmera feita só para fotografar, sem muitas frescuras. Ponto pra Fuji que, ao contrário das outras marcas, focou no que é importante e não em agradar todos os públicos existentes no universo.
Pra completar, a câmera é robusta. Mesmo sendo leve, ela é feita de materiais robustos e não plástico. Espero que isso signifique que poderei ficar com ela por tempo indeterminado.

O resto ficou igual

Sinceramente, não senti mais nenhuma grande diferença além dessas. Continuo fotografando igual, com as mesmas lentes, e a câmera tem a mesma qualidade da minha antiga Canon 7D (as duas possuem sensor APS-C), logo ao olhar minhas fotos nem eu vejo a diferença na troca.
Por causa disso, só vi vantagens.

Algumas fotos

Abaixo mostro o resultado de algumas fotos de retratos e de paisagens com a nova câmera:
luciana-1
retrato, por claudia regina
amanda
retrato, por claudia regina
vivien-lorraine
retrato, por claudia regina
joao-pessoa-paraiba
joão pessoa, paraíba
foto por claudia regina
pedra-furada-serra-da-capivara-1
serra da capivara, piauí
foto por claudia regina
serra-vermelha-piauí
serra vermelha, piauí
foto por claudia regina
caverna-serra-da-capivara-1
serra da capivara, piauí
foto por claudia regina
Essa é uma visão pessoal minha. Não é um review completo da Fujifilm X-T1 e naturalmente a minha experiência é bastante específica pro tipo de fotos que faço. Talvez as mirrorless não sejam o ideal para você, mas certamente vale a pena dar uma olhadinha mais a fundo :-)

Post publicado em 10/14.
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Este post foi escrito por Claudia Regina. Clique aqui para ver o post no Dicas de Fotografia!
Como escolher sua Lente
Posted: 15 Oct 2014 03:15 PM PDT
As lentes, também conhecidas como objetivas, são a parte mais importante do seu equipamento. Durante a sua vida você talvez precisará trocar de câmera de vez em quando, comprar novos cartões de memória ou atualizar seu Photoshop. Já as lentes podem durar a vida inteira.
lente fotografia
lente dos anos 80.
foto em CC por ben garney
Mas como selecionar as lentes de acordo com o que você precisa?

Lentes de qualidade vs Preço

A qualidade da lente está nos materiais utilizados na sua montagem (vidro, corpo e até a cola que junta cada pedacinho) e pode ser percebida na qualidade final da imagem. Quanto melhor a lente mais nítida, com cores mais reais e com menos aberrações ficarão as fotos feitas com ela.
As lentes que são feitas com os melhores materiais e com o melhor controle de qualidade são, naturalmente, sempre mais caras. Várias vezes boas lentes vão custar mais caro que a sua câmera! Mas mesmo as lentes que não são top de linha podem durar a vida toda se forem bem cuidadas.
Uma coisa é fato: a fabricação de lentes de qualidade é um processo quase artesanal, e isso é o que justifica o preço.

Distância focal

A distância focal é o primeiro item a decidir na hora de comprar sua lente.
Não sabe o que é distância focal? Leia na apostila “Aprenda a fotografar em 7 lições”
As lentes podem ter somente uma distância focal (lentes fixas) ou podem permitir o uso de várias distâncias focais girando um anel (lentes zoom.)
A distância focal aparece em mm na descrição das lentes. Por exemplo:
  • Canon EF 50mm f/1.8 II Autofocus Lens – essa lente tem distância focal de 50mm. É uma lente fixa.
  • Canon EF-S 17-85mm f/4-5.6 IS USM Autofocus Lens – essa lente tem dois valores de distância focal. É uma lente zoom e vai de 17mm até 85mm (inclusive 18, 19, …, 84)
As distâncias focais são divididas em alguns grupos principais, que são mais ou menos esses:
Grande Angulares (até 50mm)
ISO 100 | 10mm | f/3.5 | 1/8seg
foto por claudia regina
  • Com elas você consegue registrar um ângulo bem grande de visão.
  • Boas para: paisagens, arquitetura/ambientes apertados, fotos de grupos.
  • Características: faz os objetos da foto parecerem mais distantes uns dos outros e costumam distorcer as bordas.
Normais (ali por volta de 50mm)
Obra "Beam Drop", de Chris Burden – Instituto Inhotim, Brasil
ISO 100 | 50mm | f/1.8 | 1/6400seg
foto por claudia regina
  • Com elas o ângulo de visão é mais ou menos como o do olho humano. Essa é a distância focal da maioria das lentes de celular e compactas.
  • Boas para: um pouco de tudo (não são especializadas, logo são bem versáteis.)
  • Características: o resultado é muito parecido com o que vemos com o olho.
Teleobjetivas (50mm até 200mm)
tele
ISO 800 | 148mm | f/2.8 | 1/500seg
foto por claudia regina
  • Com elas você consegue fotografar um assunto que está mais longe.
  • Boas para: retratos e closes em assuntos distantes.
  • Características: faz os objetos da foto parecerem mais próximos uns dos outros além de possuir uma menor profundidade de campo.
Super Teleobjetivas (200mm ou mais)
2609435326
ISO 100 | 300mm | f/5.6 | 1/160seg
foto por claudia regina

  • Com elas você consegue fotografar um assunto que está muito, mas muito, longe (lentes usadas para fotografar leões na África, por exemplo.)
  • Boas para: fotografar celebridades, astronomia, animais hostis.
  • Características: faz os objetos da foto parecerem bem mais próximos uns dos outros do que a realidade e necessitam do uso de tripé.

Abertura de diafragma

Depois de decidir a distância focal vamos para a abertura do diafragma.
Não sabe o que é abertura? Leia na apostila “Aprenda a fotografar em 7 lições”
A abertura irá aparecer ao lado de f (a “medida” de abertura.) Ao comprar você provavelmente verá um só valor no nome da câmera. Esse será o valor máximo de abertura daquela lente:
  • Canon EF 50mm f/1.8 II Autofocus Lens – essa lente possui abertura máxima de 1.8.
  • Canon EF-S 17-85mm f/4-5.6 IS USM Autofocus Lens – algumas lentes zoom apresentam dois valores de abertura. Isso quer dizer que na menor distância focal (17mm) essa lente tem abertura 4 e na maior distância focal (85mm) essa lente tem abertura de 5.6.
O valor que está escondido é provavelmente f/22 ou f/29, que é normalmente a menor abertura de todas as lentes. Isso quer dizer que qualquer lente pode fechar o diafrafma bastante.
Existem lentes mais claras e mais escuras. Não existem valores fixos pois a claridade da lente depende da comparação com outras lentes de mesma distância focal, mas normalmente é assim:
Lentes claras (também chamadas de lentes mais rápidas)
foto por claudia regina
  • Normalmente possuem abertura máxima entre f/1.4 e f/2.8
  • Boas para: pouca iluminação (entra bastante luz) e retratos (faz desfoques.)
  • Nas Super teleobjetivas uma abertura de f/4 já é considerada bem clara.
Lentes escuras
  • Normalmente acima de f/5.6
  • Boas para: larga profundidade de campo e quando você não precisa fotografar em situações críticas de luz
  • Observação: ninguém gosta de lentes escuras, afinal qualquer lente pode ficar escura só fechando o diafragma, o que faz das lentes claras mais versáteis.

Lentes mais específicas

Macro:
Você pode fazer fotos bem de pertinho. As lentes Macro são usadas para fotografar insetos e outros objetos e detalhes bem pequenos. Ao comprar a lente procure pela palavra “Macro” na sua descrição e também pelo mínimo de distância de foco (minimum focusing distance) e ampliação (magnification.)
macro
ISO 1250 | 302mm | f/6.7 | 1/2000seg
foto em CC por toshihiro gamo
Fisheye:
Essas lentes são grande angulares que fazem ainda mais distorção nas fotos, resultando em uma aparência circular.

•••
Essas são algumas das principais características de lentes fotográficas e são um bom começo para você escolher a sua! As várias opções, siglas e números parecem assustadores no início, mas a gente se acostuma rapidinho a entender o que cada coisa quer dizer

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