Ou: tudo o mais constante no modelo Dilma, a próxima vítima será o emprego. Mas presidente diz que seu programa de governo é este mesmo…
Em
entrevista coletiva concedida neste domingo, a presidente-candidata
Dilma Rousseff explicou por que não apresentou até agora o seu programa
de governo. Segundo disse, seu programa já está em curso. Ah, bom! Quer
dizer que, caso vença, teremos mais quatro anos iguais aos quatro
passados. Pois é… A questão é saber se o país resiste.
Reportagem de Toni Sciarretta, na Folha de
hoje, informa que há recorde histórico de inadimplência das empresas.
Nada menos de 3,5 milhões das 7 milhões de empresas operacionais
estavam, em julho, com algum tipo de dívida em atraso, “resultado da
queda de vendas e do aumento de custos com fornecedores, funcionários e
bancos”. Os dados são do Serasa.
Para o
Serasa, informa a reportagem, “é operacional a companhia que pesquisou a
situação cadastral de um cliente ou teve o seu CNPJ (Cadastro Nacional
de Pessoa Jurídica) consultado no último ano”. Na Receita Federal,
existem cadastrados 14 milhões de CNPJs, mas este inclui as companhias
não operacionais — as que entraram em falência, por exemplo. Ainda que
se leve em consideração esse banco de dados, estaríamos falando de 25%
de inadimplência, o que já seria um número alarmante.
Que fique
claro: os dados do Serasa não incluem os débitos com a Receita, com o
INSS ou com os fiscos estaduais ou municipais, exceção feita aos casos
em que essas pendências já estão em fase de execução ou entraram para a
dívida ativa da União. Fossem computadas essas dívidas, o número seria
ainda maior. Como informa a reportagem da Folha, os critérios do Serasa
levam em conta as empresas que “estão com débito em atraso no banco,
deram cheque sem fundo, tiveram títulos protestados, enfrentam ações
judiciais porque não pagaram fornecedores ou funcionários, tiveram (ou
terão) a luz e o telefone cortados ou entraram em recuperação judicial”.
Esses
dados ajudam a explicar o mau humor da esmagadora maioria do
empresariado com o governo Dilma. São empresas de pequeno e médio portes
91% das inadimplentes. Um terço delas está em São Paulo — Estado em que
Dilma enfrenta, note-se, uma enorme rejeição. O setor mais afetado é o
comércio, que responde por 47% do total, seguido por serviços (42,6%) e
indústria (9,1%). Não custa lembrar que os dois primeiros responderam em
grande parte pelo modo petista de crescer, ancorando-se no consumo.
Também foram eles os principais responsáveis pela manutenção dos
empregos.
Em alguma
hora, no entanto, os quatro anos de crescimento mixuruca da economia — e
vem o quinto por aí — cobrariam o seu preço. Tudo o mais constante na
baixa, parece razoável supor que o emprego será a próxima vítima.
Mas Dilma diz que o seu programa de governo é este mesmo.
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